> CASAPONTOCOME: 2015

Boas novas

E o meu presente de Natal mais desejado chegou finalmente! Novo emprego, novas pessoas e novos desafios. Foram 6 meses que só me apetece esquecer, mas aprendi algumas lições importantes e essas, levo comigo. É muito bom poder fechar este ciclo e olhar em frente com ânimo, novamente. Apesar de ter ainda de me beliscar para acreditar que é verdade, parece que afinal vai ser mesmo um Bom Natal! 

Dezembro, cheio de luz


E já chega! Tenho tentado adiar a minha escrita para um dia em que pudesse escrever sobre uma boa notícia, um novo dia de trabalho, um início de um novo desafio profissional… mas já chega. Porque não escrever também sobre dias menos bons, se todos passamos por eles? Já lá vão 6 meses em busca de nova colocação profissional. Vejo agora que manter o optimismo e os pensamentos positivos, pode ser complicado depois de tanto tempo sem que nada corra como queremos. Descobri que procurar emprego neste país, nos tempos que correm, pode ser uma tragédia tão grande que quase parece uma comédia. 
Às vezes entro num comboio de pensamentos pessimistas, onde me lembro da minha idade, de tudo o que estudei e aprendi, de todas as competências profissionais que fui somando ao longo dos anos e no quanto que não faz sentido nenhum estar em casa. Mas depois, lá do fundo, vem uma voz baixinha que se vai tornando maior: saúde, amor, carinho, amigos, energia… E realmente nada disto me falta, sou tão rica em tudo o resto, que só posso rir e sorrir na cara do pessimismo. Assim se cala o lado negativo e se vai subindo pela corda da felicidade! É Dezembro; Vai ser Natal independentemente de tudo o resto; Há outras festas cá em casa e muita luz por todo o lado. Basta manter a nossa luz interior bem acesa e tudo o que for escuro desaparece. Simples! 

13 de Novembro de 2015


Na sexta-feira foi dia 13. 
Decidimos ir jantar fora e lembrámo-nos de ir à inauguração de um restaurante de hambúrgueres artesanais. Enquanto esperávamos pela mesa, ficámos numa esplanada próxima, aproveitando a temperatura ainda agradável e pouco usual para esta época. Muita gente na rua. O restaurante estava bonito e moderno, com boa música ambiente e todas as mesas cheias. Famílias, casais, grupos de amigos… conversas animadas. Esperámos uma eternidade pelos hambúrgueres mas nem me importei, estava tudo delicioso e aproveitámos para rir e conversar. Ao sair do restaurante, passámos por um café onde, na TV, uma notícia me chamou a atenção: passava em rodapé “tragédia em Paris”.

Arrepia-me pensar que, pessoas como nós, com percursos de fim de dia exactamente iguais ao nosso, perderam tanta coisa naquela sexta-feira 13. Alguns, a própria vida e, todos os outros, e por tempo indeterminado, perderam a segurança. Esta liberdade de andar pela vida sem pensar muito nisso, sem ponderar a hipótese de que alguém nos pode tentar matar, a troco de nada; A liberdade de poder estar num espaço público, sem olhar para as pessoas que passam perto de nós, para quem entra, para quem se aproxima. A liberdade de viver em paz.
Espero que o medo se dissipe.
Arrepiam-me as faltas de liberdade.      

Palavras

Por vezes tropeçamos em palavras que fazem tanto sentido, que se torna impossível não as partilhar.

Coisas simples: aproveitar.

E já estou mais velha! Foi um excelente dia de anos, cheio de coisas boas e de sol. Tomei decisões para um futuro próximo, pedi um desejo que pode muito bem mudar toda a minha vida e decidi conjugar um verbo novo: aproveitar! Para mim, entre uma carreira no ensino e a estabilidade no amor e na família, a escolha sempre foi simples. Agora, tenho a vida em equilíbrio, tenho saúde, boas pessoas e boas energias à minha volta e posso dizer que sou mesmo feliz. Não me arrependo da minha escolha. Quanto à parte profissional, vai resolver-se também e a sua importância é cada vez mais relativa. 
Cada altura da vida tem tantas coisas boas que, se soubermos aproveitar bem, vivemos melhor. Parece simples, mas passei anos a viver com a atenção presa no futuro, a antever o que poderia correr mal, a preocupar-me com coisas que acabaram por nem acontecer… Quase me esqueci de aproveitar o presente. Agora tem sido assim: estou mais atenta às minhas intuições, faço coisas de que gosto, dentro daquilo que posso, mas sem pensar muito à frente, porque já percebi que não vale a pena. Penso no amanhã e o resto logo se vê. Da vida, as coisas simples são sempre as melhores.  

    

Outubro

Outubro é o meu mês. Acredito que nasci na época mais bonita do ano: o Outono. As cores e os cheiros começam a mudar, o sol parece ficar mais dourado e tudo fica mais bonito em dias assim. Que seja um bom Outubro, este!

Aventuras... do desemprego #2

Compareço à hora marcada e espero: o escritório está fechado e não se vê ninguém lá dentro. Para uma entrevista agendada para as 14h00 um ligeiríssimo atraso de 20 minutos… podia ser pior. E foi.
Chega finalmente um casal: uma senhora de cabelo-palha (na cor e na secura do cabelo), unhas roídas e calças de ganga deslavadas, mas com uma blusa fina, com apliques cheios de brilhantes. O homem é mais velho, na casa dos 60, alto e com um fato barato. O cabelo todo lambido para trás e colado à cabeça por alguma matéria pegajosa, que reluz com o sol.
Ofereço um aperto de mão enérgico à senhora e ela reage quase como se lhe tivesse apontado uma arma. Olha-me para a mão estendida e lá se decide a apertá-la, sem grande força, nem convicção. Convidam-me a aguardar numa sala de espera, porque os 20 minutos que esperei lá fora não devem ter sido suficientes. Agradeço, naturalmente.
O senhor chama-me então para a entrevista. Entro na sala: não tem janelas e a única fonte de luz é um candeeiro de pé alto, atrás da cabeça dele e virado para mim, o que me faz pensar em interrogatórios e séries policiais. Sento-me à frente da secretária dele e descubro que não tenho espaço para poisar as mãos: há um porta-canetas, um pisa-papéis, um calendário e umas caixas pequenas, restando apenas um intervalo onde coloco as mãos cruzadas e endireito as costas.
Então, é a D. Dulcamara?” – diz ele, olhando para uma folha onde deve ter os meus dados. “Desculpe lá, mas hoje fui almoçar com o patrão e comi cá um bacalhau… Uma maravilha!” Sorrio. Olho discretamente para o resto da sala: há outra secretária, também com tralhas em cima e umas caixinhas parecidas com as que tenho ao lado das mãos. Tento ler o que dizem, mas não consigo.
És casada, Dulcamara?” Ok, já nos tratamos por tu, pelos vistos, e passámos às questões relevantes: o meu estado civil. Respondo afirmativamente e o homem olha-me para os ombros e continua: “Tu tens boa aparência, sabes? Acho que te enquadras.” Mau… Mantenho um sorriso, já a fugir para o amarelado. “O que é que te fez concorrer para este emprego?” Explico que tenho experiência como administrativa e na área comercial, daí a minha candidatura. Como o anúncio pedia alguém para estas funções numa empresa de importação / exportação, aproveito para questionar qual a área de negócio. “Sabes, o mercado é uma coisa muito dinâmica: se agora der dinheiro vender camisolas, não nos vamos pôr a vender maçãs, não é?” (Começo a franzir o sobrolho.) “Nós estamos em várias frentes… E ainda há bocado estava em frente a um bacalhau, que bacalhau… E o patrão é que pagava!” E solta uma gargalhada ruidosa. (Interrogo-me se o senhor estará sóbrio.) Sorrio, agora em amarelo vivo. “Nós aqui vamos-te ensinar a nadar!” (Nesta altura, o cheiro a esturro é incontornável.) A nadar? - pergunto. “Sim, sim, há empregos em que vais e trabalhas e quem ganha é o patrão, há outros em que tu podes ser o patrão!” (Oh, Deus…) “Eu vou-te ensinar a nadar de modo a que tu nades em todas as praias do mundo! Nós aqui estamos a recrutar pessoas, não para empregados mas para patrões! Daqui a um tempo podes estar tu aqui, sentada nesta cadeira!” (Toda a tensão da entrevista começa a dissipar-se e penso onde raio vim eu parar? O meu sorriso já é mais para disfarçar a vontade de rir.) “Sabes que eu já trabalhei em muita coisa, agora estamos aqui e amanhã podemos não estar. Eu até já estive no Brasil!” (Olhe que bom para si.) “Nesta empresa eu levo-vos a atravessar uma estrada… Tu quando atravessas uma estrada como é que fazes?” OK, respiro e respondo Com cuidado, tem que se ter cuidado.Exactamente!” – berra o senhor. “E aqui sou eu que ensino a melhor maneira de atravessar. Não vou sempre convosco, mas sou eu que ensino. Depois, cada um voa sozinho.“ Na minha cabeça listo as possibilidades para o possível negócio desta empresa: aspiradores? Filtros para água? Droga? “E depois, um dia, eu digo: agora vais tu sozinho, como se diz a um filho.” Nisto, o homem faz uma cara de bebé chorão, e grita, com voz de falsete “Oooh pai, mas eu não quero ir sozinho…” E eu rebento numa gargalhada, não consegui evitar. O senhor tem aí um lado de actor muito interessante, olhe que se calhar devia explorar essa faceta. O parvo do homem aceitou a minha intervenção como um elogio e continua. “Eu acho que tu te vais enquadrar, sim senhor.Pois, mas ainda não me explicou qual é a função ao certo…Então não disse, eu já te disse tudo! Tu queres trabalhar? Sabes que aqui toda a gente ganha muito bem! Tu podes vir a ganhar 50€ por dia! Tens dúvidas?Por acaso tenho, olhe fazem contrato ou é a recibos verdes? Qual é o ordenado base? Trabalharia aqui, neste escritório? Qual é o horário de trabalho?Isso tudo tu vais vendo, olha, segunda-feira já podes começar.” (E começa a escrever num papelinho. Começo a enervar-me.) O homem dá-me o papelito rabiscado: um nº de telemóvel e o nome de uma mulher. “Estás cá de manhã às 8h30 e essa pessoa vai-te acompanhar para te mostrar o que fazer.” (Devo estar nalgum filme de terror, só pode, penso com os meus botões). Mas se ainda nem me disse o que viria fazer, ia assim começar a trabalhar sem saber de nada? Mas queres saber o quê?” Bem, tudo: o que vou fazer, quanto me pagam… Podes vir a ganhar 50€ por dia, já disse!Posso vir a ganhar? Então é algum trabalho à comissão? O senhor levanta-se e leva-me a uma outra sala, onde está a senhora do cabelo de palha, no meio de caixotes, vermelha e ofegante. Ele aponta para umas caixas mais pequenas e diz, já nervoso: “Queres saber o que vendemos? É isto, são perfumes. Cada caixa destas vale 50€.” Passa um braço à volta do pescoço da desgraçada: “Olha, ela não ganha 500€.” (e eu penso: uns 200?) “Nem 600… Ganha mesmo muito bem!” A senhora tenta conter um sorriso, mas eu apanhei-o. “Falem aí as duas e já sabes, podes vir a ganhar muito dinheiro!” E dirige-se novamente à sala de interrogatórios entrevistas, onde já está um rapazinho à porta.      
Agradeci à pobre senhora e fugi dali para fora.

São 4 da tarde, mais uma aventura.   

As minhas aventuras


Quando era pequena adorava ler livros de aventuras, começando pelas aventuras da Anita (que eram assim um bocado… pouco-aventureiras) e mais tarde os livros “Uma aventura…” que já eram mais entusiasmantes. O meu sonho, ao ler estes livros, era poder passar eu mesma um dia, por episódios assim: desvendar mistérios, apanhar culpados, perseguir os mauzões e ganhar… Em vez disso a vida reservou-me muitas outras aventuras, com um pouco menos de adrenalina mas muito mais gargalhadas. Assim decidi criar toda uma nova divisão da casa, onde vou deixando uma amostra: as minhas aventuras, por esta vida fora! Isto só a mim (ou talvez não). J

Outono: dia 1

2015 tem sido um ano de aprendizagem e adaptação. Não tem sido fácil, mas tudo se resolve, certamente: houve projectos que tracei e que não tiveram o sucesso esperado, houve metas que defini e que tiveram de ser (mais uma vez) adiadas e por aí fora. Gosto pouco de me queixar da vida, portanto, resta-me vivê-la, aprender e evoluir.  
A vida corre na mesma e se não soubermos aproveitar os dias o melhor possível, eles passam de qualquer modo, indiferentes aos nossos desejos e sonhos. Portanto hoje é o primeiro dia de Outono. Uma nova estação, pintada com as cores mais bonitas do ano, um novo ciclo, uma nova oportunidade de melhorar, crescer e ser feliz. Este é o meu mantra de vida: simplesmente ser feliz.

Cuidado com a língua

Encontrei isto na minha caixa do correio. Não sei que tipo de formação terá esta pessoa, mas a oferta é para dar explicações de “todas as disciplinas, excepto Francês”. Pois.
Há quem me pergunte porque reparo tanto nestas coisas. Nessas alturas eu suspiro. Suspiro porque a questão não devia ser essa. A pergunta devia ser como é possível tanta gente usar tão mal a sua própria língua? Se o ensino obrigatório é de 12 anos, não seria de esperar que soubéssemos pelo menos falar e escrever em Português, ao fim desse tempo?

A culpa deste meu "olho clínico" para a calinada é da minha mãe, claro. Foi ela que me policiou o uso da língua, desde sempre (e até hoje). Sou professora de formação, mas não de Português, portanto não acho que seja por aí.

Mesmo em ambiente escolar, muitas vezes fiquei de queixo caído e não me refiro aos alunos. Os erros que mais me chocavam eram cometidos por colegas de profissão no activo. Entrar na sala de professores de um conceituadíssimo colégio e dar de caras com um vermelho e gigantesco REQUESITOS, orgulhosamente chapado no título de um cartaz, escrito por uma professora, é coisa para me fazer procurar a câmara dos apanhados (que, mais uma vez, não estava lá).
Acho irresponsável ensinar (seja o que for) em Português e assassinar a língua diariamente. Acho absurdo interagir, seja com quem for, em português-modo-calinada.

A língua portuguesa é mais do que o que nos sai da boca e dos dedos. Ela devia ser a nossa raiz, a nossa âncora cultural, ou não lhe chamássemos língua materna. O nosso país é mais do que um rectângulo de terra, entre Espanha e o mar, também por causa da língua portuguesa, que carrega a nossa história e a nossa cultura.

Falar e escrever com um mínimo de correcção devia ser um dever nacional. 

Dias na Galiza - 2015

Às vezes viajamos de avião para sítios longínquos, em busca de paz, paraísos, iguarias gastronómicas e coisas lindas para visitar. Outras vezes, descobrimos que, já aqui ao lado há tanto para ver e sentir…
A Galiza tem-nos revelado cada vez mais segredos e descobri-los é um prazer que teimamos em repetir nos últimos anos (já AQUI falei desta zona que adoramos…).
Há praias únicas, em que o pinhal se combina com a areia e as rochas, compondo um cenário de praia pouco comum. Mergulhar e nadar nestas águas, mornas e límpidas, sem ondas e com pouco sal é um prazer que julgava impossível… De facto até dei vários mergulhos, só para ter a certeza de que não estava a sonhar.
Os galegos são simpáticos, percebem bem o que dizemos e até se identificam connosco. E têm aquele lado animado e alegre dos espanhóis, que, desde sempre, me leva a pensar que nasci do lado errado da fronteira.
Dormimos num mosteiro, visitámos ruínas góticas do século XV e um museu do vinho, onde o alvarinho é rei, comemos tanta coisa boa e fresquinha e as praias? Parece que foram feitas para mim!

Mais uns dias na Galiza, mais segredos desvendados…
  

Coisinhas frescas e deliciosas

Santa Mariña Dozo – ruínas góticas do século XV

Galiza


Ahhhh as praias…

Rir melhor

Às vezes tenho a sensação que quem está do lado de fora (muito fora) daquilo que é a minha vida, acha que tudo me corre bem, que não tenho problemas, e que, portanto, ser feliz e optimista assim, deve ser muito fácil. E não é bem assim. Mas, quanto mais penso naquilo que são os meus problemas, mais sinto que não merecem que fale muito deles, nem que lhes dê mais atenção do que a mínima essencial para os resolver. Se focasse neles a maior parte da minha concentração e energia, restava-me pouco para tudo o resto, portanto a escolha é simples.

Resolver problemas, sim. Viver em função deles, nem pensar!   

Palácio da Brejoeira

Sugestão refrescante e relaxante da semana: um passeio a Norte, muito a Norte, onde se esconde uma charmosa surpresa - o palácio da Brejoeira,em Monção.

Ao contrário de muitos palácios em Portugal, este tem visitas guiadas a preços acessíveis a portugueses e não apenas para carteiras estrangeiras. Visitámos o interior, a adega, os jardins… Conhecemos pormenores curiosos sobre a história deste lugar, as pessoas e alguns objectos. Para um remate perfeito, há um salão de chá no meio dos bosques que não podia ser mais amoroso. 
Um belo e pacífico passeio, que quase nos fez esquecer que estamos em Agosto.
O palácio
O salão de chá
WC do salão de chá

Dias bons e outros melhores

Eu sei, eu sei que tenho andado um pouco arredada do meu querido blog, mas é por uma boa causa. Continuo em busca do meu novo emprego, depois de uma breve tentativa de fugir ao “por conta de outrem” que não deu certo. É a vida, é seguir em frente como sempre fiz e somar mais uma aprendizagem à minha lista. Sinto-me realizada por ter tido a coragem de tentar e está digerido o facto de não ter corrido como eu esperava. Ponto final.
Agora tento equilibrar-me, entre entrevistas, candidaturas e esperas, muitas e longas esperas. Às vezes, também consigo passar dias bons, de quase-descanso, mas não é a mesma coisa do que se estivesse a trabalhar, com a segurança de receber um ordenado no fim do mês. Sinto que já deve faltar pouco e amanhã é mais um dia decisivo, portanto hoje foram longas as horas de preparação, a ver se é desta.
Quanto ao que procuro, noto que estou mais exigente numas coisas e menos noutras. Percebi os valores relativos do tempo e do dinheiro e descobri os ingredientes ideais para a minha paz de espírito e qualidade de vida, que não temos obrigatoriamente de perder só por estar a trabalhar. Tenho exercitado a paciência e aprendido a esperar. Tenho alternado entre entrevistas interessantes e enriquecedoras e outras surreais e hilariantes, que, em breve, devo poder aqui partilhar.  

E a vida corre assim, com dias bons e outros ainda melhores. E amanhã é mais uma etapa, que só pode correr bem. 

A forca maior

Há uns anitos, tirrei esta foto. Estava na porrta de uma loja fechada, em Vila Real de Santo António, penso eu. Parece que foi por uma forca maior… antes isso.  :D Boa semana!

Cala-te e come, Giles!

Parece que andou por aí um tal de Giles Coren, numa crítica que escreveu para o Times magazine, a dizer que “a cozinha portuguesa é a pior do mundo”. Este indivíduo é Inglês e, no mesmo artigo, afirma que a culinária britânica também não é grande coisa - vá lá que não se enganou em tudo. Mas, obviamente o senhor não anda bem, coitado, daí ter decidido dar-lhe uma ajuda para que desenvolva um pouco o seu palato:

Keep it simple, Gil, e prova aqui estas ervilhas, e não digas que vais daqui, pá!

Ou afoga o mau feitio no molho picante e rico desta francesa que é bem típica aqui de Portugal:

Para algo doce, enterra a colher nesta sobremesa deliciosa, e vais sentir-te a levitar para bem longe de Londres, em direcção ao sol e ao calor de Portugal;

É caso para dizer:

Oh, Giles, cala-te e come!  

Noite Branca 2015 - Guimarães

Há eventos que começam a ser obrigatórios na agenda cá de casa e a Noite Branca de Guimarães é um deles. No ano passado acho que choveu, ou estava frio, já não me lembro bem, mas sei que não fomos. E há 2 anos estava uma noite incrivelmente quente e foi a primeira vez que fomos, foi ASSIM.

Este ano estava menos calor, uns agradáveis 20ºC e foi uma noite animada. Muito mais gente, mais palcos e mais personagens brancas espalhadas pelas ruas e praças de Guimarães. Que maravilha! A repetir, sem dúvida.   



Eu e as sardinhas


Não como sardinhas. Ponto. E, se me quiserem irritar, é só insistirem quando eu digo que não como: “Come só esta, é mesmo boa, vais ver que vais gostar!” Senhores, tenho 36 anos. Já comi algumas sardinhas pela vida fora e é precisamente por isso que sei que não gosto. 
Adoro o cheiro e até o sabor da sardinha assada, mas aquelas espinhas todas ditam um afastamento inabalável entre mim e este petisco. Já tive acesso, em tempos, a umas sardinhas enlatadas todas nices, sem pele, nem espinhas, e comia sem qualquer problema, uma delícia! Ora, todas as outras trazem as espinhas com elas e assim, não brinco. “Ai, mas são tão fininhas que nem se sentem” – Eu sinto e bem, obrigada. Depois de estar a mastigar uma amálgama de sardinha e respectivas mini-espinhas (que devem ser uns milhares), fico sempre a pensar se devo ou não engolir aquilo e porque raio terei tentado mais uma vez comer sardinhas.

Sardinhas, não é nada pessoal, tenho grande admiração por vós, que sois um peixe que faz bem à saúde, até tenho pena de não pertencer ao vosso clube de fãs, mas é assim. 

Bem-vindo, Verão!

Os dias, cá por terras minhotas, andam quentes e as noites, mornas e deliciosas. E ainda hoje é o primeiro dia de Verão!
Cá para mim, estamos já fora da minha janela de temperatura ideal (que fica mais ou menos entre os 23 e os 28ºC, durante o dia) mas basta jogar às escondidas com o calor, não me queixo. Assim sendo, ontem fomos para o Porto ao fim do dia e até de madrugada esteve calor! Eram 3 da manhã e ainda estávamos com mais de 20ºC! Fez-me mesmo lembrar esta noite de 2013, em Guimarães!
O Sr. Rui Veloso encheu a cidade, numa comemoração dos seus 35 anos de carreira, e aconteceu uma coisa curiosa. Apesar de ser um concerto ao ar livre, apesar de ver uma avenida dos Aliados a abarrotar de gente, de todas as idades e nacionalidades, havia uma atmosfera familiar. Era como se estivéssemos todos na sala de estar do Rui, com ele a tocar e a cantar para uns amigos.
O Verão tem este efeito: as pessoas andam mais contentes, mais satisfeitas e parece que o foco da atenção passou para temas mais leves: a praia, os chinelos, o bronzeado e os convívios, de preferência na rua. Gosto!
Sê bem-vindo, Verão!



Fechar portas para abrir janelas

Esta semana, num programa em directo, uma das intervenientes, a Manuela Moura Guedes abandonou o estúdio. Disse que se ia embora, explicou porquê, tirou o microfone e saiu.
Foi um assunto muito debatido, se fez bem, se fez mal, se tinha ou não motivos… Isso pouco me importa, aplaudo estas tomadas de posição e acho que devia haver mais, somos uns resignadinhos e há sempre candidatos para abusar da nossa boa vontade.
Recentemente, tive também o meu momento Moura Guedes. Há quem confunda a minha calma e simpatia com idiotice. Já cheguei a pensar que devia alterar estas minhas características, mas apercebi-me que não é por aí.
Aceitei uma proposta de trabalho, acertámos condições e fui enganada. Ao fim de 3 tentativas de acordo, achei que já era demais e bati o pé, a porta e disse “Basta!”
Se sinto que desperdicei 2 meses da minha vida? Um bocadinho, mas é com o erro que se aprende e aprender é sempre bom.
Portanto aqui partilho as minhas lições:
1- Por semana trabalham-se 40 horas. Não são 45, nem 50, são 40. Está na lei e é assim.
2- Nunca se começa a trabalhar sem que seja comunicado pelo empregador à Segurança Social que aquele trabalhador vai iniciar funções, para que sejam feitos os nossos descontos. Está na lei e é assim.
3- No contrato, que até deve ser assinado também antes do início de funções, têm de estar, por escrito, as mesmas condições definidas oralmente: ordenado, horário e tudo o resto.
4- Sempre que tenham dúvidas, é ligar para a ACT – Autoridade para as condições de trabalho, e eles esclarecem tudo.
Fechemos estas portas que não interessam a ninguém e que venham novas janelas, portas e portões! 

Aventuras... do desemprego #1


Nos últimos tempos, tive oportunidade de participar em entrevistas de emprego de duas formas diferentes, e, em ambas, assisti a situações inacreditáveis. Apesar da minha idade e experiência de vida, quando penso que já pouca coisa me surpreende, eis que me cai o queixo, mais uma vez, e outra, e outra...  

Ora então, tive de telefonar a pessoas que já tinham enviado o seu CV, mostrando interesse numa oferta de emprego, para marcar a entrevista. Os candidatos disseram-me coisas fantásticas, como:
“Não dá para ser mais tarde? É que às 9h00 é um bocado cedo…”;
“Amanhã às 9h00? Olhe deixe-me ver se posso e eu já lhe ligo.” – E não voltei a ter notícias do senhor;
“Olhe, eu vou, mas aviso já que não me interessa fazer descontos…”

Pois, e isto foi só o começo.
No dia da entrevista, apesar de ter feito os agendamentos na véspera, várias pessoas faltaram, outras chegaram atrasadas. O que também me parece bem. Porquê dar uma falsa ideia de responsabilidade e pontualidade a um potencial empregador?

Ao ligar para uma rapariga que estava a faltar, ela atende com uma voz nasalada e diz-me “Ai olhe, não pude ir, acordei cheia de febre, marque-me para logo à tarde.” – Doenças misteriosas que aparecem já com duração definida: só atacam da parte da manhã.

Antes da entrevista, cada candidato tinha de preencher uma ficha. Quantas pessoas trouxeram caneta? Aí 1 em cada 10.
Numa segunda remessa de contactos que fiz, referi explicitamente que tinham de trazer caneta para a entrevista: só metade se esqueceu, já foi melhor…

Recentemente fui eu a uma entrevista colectiva. Todos recebemos um emaiI de convocatória, informando que a mesma teria a duração de 1 hora. A todas as entrevistas a que vou, levo uma caneta e um caderno. Mas, neste caso e com esta duração, assumi que não iríamos jogar às cartas e pareceu-me ainda mais lógico ter comigo material de escrita. Éramos 6 pessoas: eu e outro candidato levámos caneta, os outros 4 tiveram de pedir aos entrevistadores, o que fica sempre bem.

A empresa é grande e conceituada e a função tem algum grau de responsabilidade. Uma rapariga foi de sapatilhas, outra a mascar pastilha elástica e uma terceira de t-shirt e calças de ganga desbotadas. Não estou a dizer que as pessoas se devam vestir de gala para uma entrevista de trabalho, mas acho que há mínimos.

Durante a entrevista, (não antes, mas sim, durante) ouve-se pela sala um ruído grave e ritmado: uma das candidatas deita a mão à mala (onde não se deu ao trabalho de enfiar uma caneta) e tirou o telemóvel, ao qual tirou o som.

Foi perguntado a todos há quanto tempo estavam desempregados e porquê. A maioria estava sem trabalhar há mais de 1 ano.
Uma rapariga, a das calças de ganga e t-shirt, que não levou papel nem caneta para a entrevista, que não se informou previamente sobre a empresa, que disse adorar falar línguas, mas que não conseguiu elaborar uma frase simples em Inglês e que respondeu sempre em tom arrogante e autoritário a todas as perguntas, apontou como motivo para estar ainda desempregada “Mau-olhado.”

Viver o sol

Os dias estão lindos e já se ouvem queixas de excesso de calor em pleno Maio. Parece-me tão bem!
Por aqui, estamos em meditações e reorganizações de vida profissional, e com dias assim, até se pensa melhor.

A vida segue e o bom tempo faz-nos planear passeios, convívios, fotografias, enfim, coisas boas! 
Aproveitar o sol e viver muito: viver tudo o que é bom e com quem nos faz bem. Pode haver maneiras melhores de viver uma vida, mas eu não conheço nada melhor.

Olá, calor!

Todos os anos há um dia que me parece a verdadeira transição para o tempo quente. Não é o primeiro dia de Primavera, nem o primeiro dia de Maio, não é um dia certo. É aquele dia em que saímos de casa sem casaco e com os braços ao léu, pela primeira vez no ano.

E ontem foi esse dia, pelo menos aqui por terras do Minho. Um calor bom, que envolve a pele e nos faz sorrir. Não quero saber se o nome é Primavera, Verão ou meia estação: olá calor, que saudades! 

Danças ocultas na Casa da Música

Ainda em fase de adaptação a novas rotinas, teimo em fazer coisas boas no tempo livre que me resta. Assim que ouvi falar deste concerto, tomei nota na minha agenda, sabia que seria uma experiência deliciosa, e assim foi. O quarteto “Danças ocultas” acompanha-me há muitos anos: fui eu quem os apresentou ao HDC, estudámos muitas vezes ao som destas concertinas, por terras transmontanas. A mim, estas melodias levam-me de volta à aldeia da minha avó, a dias de sol e passeios à beira-Vouga, ao som do vento em árvores altas e ao cheiro a plantas e a terra.

Apesar de mais associado ao folclore, o som da concertina, aqui, é conjugado de outra forma, elevado a outros níveis e o resultado é difícil de explicar: tem de ser ouvido.
Foi uma noite mágica na Casa da Música: uma sala cheia e totalmente rendida aplaudiu de pé estes 4 senhores e os seus convidados. Eu saí de lá mais leve, com a ideia bem reforçada da importância da música na minha vida: acredito sinceramente que não poderia viver sem ela. 

Sou uma doninha


Desde que me mudei para esta belíssima região Minhota, que verifico a existência de mais um maravilhoso sotaque, para adicionar à minha bela (e já longa) colecção. Lembro-me, há uns anos atrás, de ir na rua e ouvir uma senhora a gritar, para um cãozito que saltava aos seus pés, todo contente: “Quem é o cão mais bonito da sua dóninha, quem é?” Claro que eu e o Homem da casa achámos piada, comentámos entre nós e pronto.
Quando o gato Matias chegou cá a casa, começámos a identificar-nos, na brincadeira, da mesma maneira. Por exemplo, eu chegava a casa e o HDC* dizia-lhe “Quem é, Matias? É a dóninha?” E o que começou como brincadeira, acabou como hábito e agora somos um dóninho e uma dóninha… é oficial.  

*Homem da casa


Renovar o ar

É bom fazer renovações ao longo da vida, grandes, pequenas ou ambas. Mudar tudo, ou pouca coisa que seja, à nossa volta, dá logo um sabor a novo e a fresco.
Durante anos, quando não podia renovar mais nada, mudava móveis, quadros e objectos de sítio na minha casa e tudo parecia novo. Mesmo que fosse trocar a posição da cama, de um móvel ou de uma estante, no quarto, já era bom. Era uma energia nova que circulava e isso sempre me soube muito bem.

Agora, surgiram-me novas rotinas, novos horários, novas regras, novas pessoas e responsabilidades. Tudo volta a ser novo e há tantas possibilidades… Renovou-se o ar. Obrigada, vida!  

Sorteio Mágico INOX


E chegados os 300 likes na nossa página de Facebook, chega finalmente o sorteio!
O vencedor (listado via random.org) foi o Pedro Oliveira a quem enviaremos o fantástico sabonete mágico inox. Parabéns!
Aos restantes participantes, muito obrigada! Novos passatempos em breve! 



Vidas


Como já aqui mencionei, a vida tem as suas surpresas. Podia viver em permanente luta para tomar as rédeas da vida e forçá-la a ser exactamente como eu quero, mas temos de ir complementando teimosia com realismo.
A vida acaba por mandar mais do que eu e tudo acaba por mudar, quase sem nos darmos conta. Ainda ontem, tinha todo o tempo do mundo, já a parecer tempo demais para gerir, e, de repente, volto a não ter tempo, porque optei por vender parte dele. A vida é mesmo assim e o hábito de deixar a vida correr, em vez de lutar contra os caminhos que ela nos impõe, há-de tornar-se mais natural para mim. Como se costuma dizer: “É a vida!”

Alerta: fios, fitas, linhas e gatos

Tenho de alertar outros donos de gatos para algo que eu desconhecia totalmente. É daquelas coisas que parecem inofensivas e, afinal, até podem matar o animal e que todos os donos de gatinhos deviam saber. Se eu tivesse conhecimento do que vou passar a explicar, tinha evitado passar 2 dias de preocupação permanente, como acabei de passar…
O nosso Matias (o gato mais fofinho do mundo, claro, ou não fosse o nosso) adora brincar com fios e fitas. Sempre vi outros gatos a fazerem o mesmo, portanto, achei que fosse um hábito felino normal e sem qualquer perigo.
Anteontem, o Sr. Matias estava na cozinha comigo, a brincar com uma fitinha vermelha de tecido. Eu estava a fazer o almoço e ouvi atrás de mim um barulho estranho, olhei e ele estava a morder a fita. Ok, brincadeiras de gato, não liguei. Voltei a virar-me para o fogão e poucos minutos depois, olho para ele e vejo uma pontinha da fita já a desaparecer para dentro da boca. Assustei-me, claro, até porque nunca me tinha apercebido que ele comesse nada que não fosse comida, mas já não podia fazer nada. A fita tinha uns 30 cm e era fina, talvez com 0.5 cm de largura. Ligo para a veterinária, à espera de ouvir qualquer coisa como “Deixe lá isso, não é nada de especial” e ela fala-me em cirurgia e muitos riscos e eu entrei em pânico, claro. Depois de investigar um bocado, percebi que os gatos podem engolir estas coisas, designados por “corpos estranhos lineares” que podem depois obstruir o sistema digestivo, o que pode ser mesmo grave, ou simplesmente passar e sair, pelo vómito, ou nas fezes.

Decidimos deixar a natureza actuar e ver se a fita saía sozinha, por uma extremidade ou por outra. Por recomendação veterinária, demos-lhe aquele gel das bolas de pelo, para hidratar o sistema digestivo e facilitar o processo. Ficámos em modo alerta-gato, porque, ao mínimo sinal estranho (vómitos, apatia, deixar de comer ou de ir à areia) teria de seguir para cirurgia. Pois, foram 2 dias horríveis: cada visita à areia era uma festa... seguida de inspecção (sim, é isso mesmo, cada “presente” teve de ser analisado, em busca de sinais da fita) até que, hoje de manhã, totalmente inteira e dobradinha dentro de um cocó, a desgraçada da fita vermelha lá saiu, passadas quase 48 horas. Isto foi mesmo o melhor do melhor que poderia ter acontecido. Nestes dias (que me pareceram semanas) li relatos de gatinhos que ficaram com pedaços de fio ou fita pendurados do rabito, porque não saíram de uma só vez. Nestes casos, NUNCA se deve puxar (poderia ferir internamente o intestino do bichano), mas sim cortar e esperar pela próxima ida à areia. Falem sempre com o veterinário mas, acima de tudo, cuidado com fios, fitas de embrulho ou de tecido, atacadores, linhas e afins. Eu e o Matias deixamos o alerta!  

Procissão Ecce Homo, em Braga

Uma das coisas boas de ter tempo, é poder estar mais atenta aos eventos culturais da minha zona e programar visitas e passeios, em vez de ouvir falar das coisas já depois de acontecerem.
Há anos que vejo, na televisão, reportagens sobre a semana santa de Braga e uma certa procissão, que sempre me fascinou: a Procissão do Senhor Ecce Homo, também conhecida pela Procissão do Senhor da cana verde. Normalmente, penso: “mais um ano em que não fomos…”, mas, desta vez, ainda fui a tempo!

A figura mais cativante (pelo menos aos meus olhos ateus) é, sem dúvida, a do farricoco: embrulhados em vestes pretas, com cordas à cintura, descalços e encapuzados, agitam matracas negras, ruidosas, ou transportam fogaréus em chamas e são eles que abrem esta procissão. Há um andor apenas, onde se exibe uma figura de Jesus, empunhando uma cana verde, mas muitas são as cenas bíblicas representadas pelos figurantes e a procissão demora cerca de uma hora a passar, tantos são os participantes.


O que mais me impressionou foi o silêncio sepulcral, que nos parece impossível à partida, quando estão milhares de pessoas a assistir, nas ruas, janelas e varandas. E também os cheiros: os farricocos deixam um cheiro a queimado e a petróleo quando passam e, no final da procissão, o aroma adocicado do incenso enche as ruas. Gostei muito de assistir, estava uma noite morna e deliciosa para andar na rua e mesmo para não-católicos, é uma experiência rica e interessante.  


Eu, tu... e ele!


Este fim-de-semana, um colega do meu marido veio cá a casa. Ora como o nosso gato Matias não tem autorização para ir à rua sem supervisão, assim que se abre uma porta para o exterior, é vê-lo a voar nessa direcção.
Assim sendo, fiquei com ele na sala, quando tocaram à campainha e o meu marido foi abrir a porta. Estávamos perto da janela, comigo pronta para lhe deitar a mão quando o meu marido abrisse a porta da sala. Ele abre a porta, o Matias estranhamente sossegado ao meu lado e eis que oiço as apresentações: “A minha mulher e o meu gato.”

E assim me apercebo que agora somos mesmo uma família de 3!   

Dia do chocolate

Parece que hoje é dia do chocolate. 
A minha relação com o chocolate é parecida com a minha relação com o marisco. Como e sabe-me bem, mas passo bem sem eles. É aquele meu lado extraterrestre, que pouca gente compreende, o que se há-de fazer? Aqueles ataques de vontade de comer chocolate devem acontecer-me uma vez por ano, no máximo. 
Ainda assim, há receitas que faço e como, com todo o gosto.




Bacalhau à Brás reinventado


Mesmo quando o resultado já é delicioso, gosto de experimentar, de alterar receitas e de inventar coisas novas.
Como já mencionei, o bacalhau à Brás é visita habitual da nossa mesa, porque o faço de maneira tão rápida, que o torna a solução ideal para jantares urgentes. Certo dia, estava a ver um programa do chef José Avillez, em que preparava uma espécie de farinheira à Brás e reparei numa inversão de passos curiosa, que decidi aplicar no nosso bacalhau à Brás. E não é que muda tudo? A rapidez é igual, porque estamos só a trocar duas etapas da receita, mas melhora ainda mais o sabor e a textura!

Passo a explicar, depois do bacalhau bem refogadinho, na altura de juntar as batatas, junto os ovos batidos. Forma-se um creme macio e nessa altura é que adiciono as batatas fritas. O resultado é mais cremoso e mais uniforme. Agora faço sempre assim, é um bacalhau à Brás reinventado!

Navegar

 
Sou uma pessoa controladora: gosto de saber onde estou, para onde vou e como lá chegar. Faço muitos planos, listas, projectos principais, secundários e alternativos. Mas depois vem a vida, e a vida tem outros planos, quase sempre. A vida é como o mar e não se deve ter a pretensão de controlar o mar. Podemos controlar a nossa navegação e pouco, porque é sempre o mar que manda, a nós só nos cabe navegar.
Para pessoas como eu, o verbo adaptar conjuga-se com dificuldade. É preciso abrir as mãos e os braços ao que o universo tem para nós, evitar a pré-ocupação da mente com o que ainda não chegou… enfim, aprendizagens.

Coisas mesmo boas: sentir que, a cada passo, aprendi ainda mais; Olhar para trás e não me arrepender de quase nada; Perceber que eu e tu somos os navegantes desta travessia e agradecer muito por tudo isto, que é tanto.   
    

Os meus bons dias


Os meus bons dias começam assim: café ou chá preto e uma torrada com manteiga (da verdadeira). E, por cada dia que posso começar assim, agradeço.
Acredito que é nas pequenas coisas boas de cada dia, que se constrói a felicidade. Basta estar atento a elas.

Comigo, tem resultado!